Há Sempre Uma Esperança


Olá pessoal, hoje vou postar uma história que fiz e gostaria que vocês lessem. Não é sobre Harry Potter, é que eu gostei e queria saber se vocês gostaram.
Boa Leitura!!!

Ellen era uma menina simples, simpática, amigável, mas não esperava que sua vida pudesse mudar de uma hora para outra.
Em uma bela manhã de inverno, Ellen decidiu passear pelo bairro, mas não queria ir sozinha, então ligou pra sua amiga Lea, que deu a desculpa que tinha que fazer um trabalho. Decidiu ligar para Meg, que disse estar não muito bem. Ficou muito desapontada, pois ninguém queria ir com ela.
            Aquele dia parecia propicio para um passeio, então resolveu ir sozinha. Ela saiu antes do almoço, pois achava que daria tempo de voltar e almoçar com os pais. Ela passou em frente à casa de Lea e viu que estavam muitos dos seus colegas de classe, e resolveu entrar para tirar satisfações com ela. Passou por Meg e disse:
            - Parece que você está melhor né!
            - É que ... eu ... tomei um remédio e passou – Falou Meg entrecortando as palavras.
            Ellen olhou a amiga e ficou desapontada, e saiu a procura de Lea, foi até os fundos onde ficava a piscina e viu sua amiga conversando com uma outra menina. Pediu licença e disse:
            - Desculpe atrapalhar a conversa de vocês, mas eu só vim perguntar se você conseguiu terminar aquele seu trabalho Lea.
            - Desculpe Ellen, é que eu não achava que você viria. – Falou Lea rapidamente.
             - Eu estava passando aqui em frente, pois resolvi passear sozinha, já que minhas melhores amigas não queriam me acompanhar, pois estavam muito ocupadas em uma festa – Disse já com os olhos cheios de lágrimas.
            - Retire-se da minha casa agora! – Disse Lea – Você não é bem vinda aqui mais.
             Ao ouvir aquilo Ellen não agüentou mais e saiu chorando porta a fora, Meg tentou ir atrás dela, mas não tinha coragem. Ellen correu e chegou em casa, subiu as escadas e se trancou em seu quarto, não queria falar com ninguém, como sua amiga podia estar fazendo aquilo com ela, o que ela podia ter feito para ser tratada daquela forma, iria voltar lá e dizer umas poucas e boas. Levantou-se da cama, destrancou a porta e bateu de cara com sua mãe, que estava com um ar sério, que disse:
            - O almoço está pronto – disse com a voz triste.
            - Estou descendo mãe.
            Sua mãe desceu as escadas e Ellen desceu logo atrás, seu pai estava na mesa de jantar com o ar sério. Eles almoçaram, e quando Ellen ia se retirando da mesa, seu pai disse:
            - Sente-se, precisamos conversar – Com certo tom de pesar na voz.
            Ellen sentou-se, e logo seu pai continuou:
            - Ellen, nós sempre te demos amor, carinho, atenção, mas precisamos te dizer uma coisa – disse em um tom quase inaudível – Você não pode mais morar conosco.
            - Não estou entendendo, por quê? – disse Ellen.
            - Você não pode mais morar conosco porque, não te queremos mais. Nós te compramos, achamos que uma criança poderia apagar nosso passado, mudamos de nome, endereço, e compramos você, a fim de nos ajudar a esconder o nosso passado. Agora que nosso segredo pode ser revelado, não queremos mais você, estamos te banindo desta casa. – disse, observando a mãe quase chorando de tristeza, e completou – Nós te daremos uma boa quantia de dinheiro, e você vai embora da cidade, nós vamos nos mudar amanhã, e você tem até semana que vem pra ir embora desta casa, vá depressa, pois semana que vem terá novo morador aqui.
            Ellen entrou em pânico, era muita informação de uma só vez, e começou a chorar, não conseguia pensar em mais nada além de chorar, pra extravasar a sua tristeza, como aquilo tudo poderia estar acontecendo com ela de uma só vez. Aonde iria morar, pensou em suas amigas, mas elas haviam brigado. Então olhou para os pais, sua mãe estava chorando e seu pai estava em uma postura firme. Ellen disse:
            - Porque isso tudo está acontecendo, primeiro minhas amigas parecem ter medo de mim, depois sou expulsa da casa da Lea, agora expulsa daqui, e descubro que vocês me compraram. Porque tudo isso? Por quê?
            - Suas amigas fizeram isso porque elas descobriram o segredo meu e do seu pai, é por isso que estamos ameaçados, elas podem contar tudo, e você deve ir embora, porque senão pode sobrar para você! Não podemos ficar juntos, seria mais arriscado, para nós, e queremos que você esqueça tudo isso e continue sua vida. Faça uma faculdade, mude de nome se for preciso, mas saia deste lugar – disse sua mãe em um tom mais suave que o do seu pai.
            Agora tudo estava claro! Estava tudo ligado, mas qual seria o segredo de seus pais?
            - Quem são vocês realmente, e porque vocês precisam fugir?
            - Nós não devíamos te contar, mas me parece justo você saber da verdade – Disse seu pai levantando – Há muitos anos, eu e sua mãe nos casamos, fomos felizes por um tempo, até que surgiu uma proposta. Endividei-me com uns homens, então, eu e sua mãe decidimos roubar bebês de maternidades e vender para pessoas ricas que não podiam ter filhos, naquela época eu tinha contatos, então achar nome de pessoas ricas que queriam bebês era fácil, e foi o que fizemos, conseguimos pagar os homens com o tempo, e ai resolvemos parar, mas fiquei desempregado e não tínhamos como pagar as contas, e resolvemos voltar a fazer as mesmas coisas, e aquilo foi continuando por uns meses, ficamos ricos, e não queríamos parar, mas a polícia andou investigando o caso, e nos descobriram, nós fugimos mudamos de endereço, e queríamos esquecer tudo, sua mãe não podia ter filhos, então resolvemos pegar um bebê pela última vez, que foi você. Vivemos felizes por um tempo, até que suas amigas descobriram tudo, não sei como, e precisamos fugir, pois estamos ameaçados – Suspirou, e saiu da mesa.
            Aquela história toda foi um choque para Ellen, e ela não podia aceitar nada daquilo, não queria acreditar naquilo. Sua mãe colocou a mão em seu ombro e disse:
            - Desculpe-nos, nós queríamos te fazer feliz e lhe roubamos de sua família. Seu pai não queria que eu lhe conta-se, mas não acho justo – E começou a sussurrar – Tome este papel, eu procurei o endereço de seus verdadeiros pais a um certo tempo, como precaução, Ai tem o nome deles, endereço, leve isso como prova – entregou uma espécie de certidão de nascimento – diga tudo o que lhe contamos, peça exame de DNA, e viva com eles, seja feliz minha filha – sua mãe a abraçou e saiu atrás de seu pai.
            No dia seguinte, quando Ellen desceu, não havia ninguém, nenhum móvel em nenhum lugar da casa, eles foram embora e deixaram apenas suas coisas e um envelope com uma boa quantia em dinheiro.
            Ela saiu de casa, não atrás de seus verdadeiros pais, mas de sua felicidade.


Por Rafael Santos

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